terça-feira, 27 de junho de 2017

A avenida larga me comove,
a cidade se esgota em si.
É tão fácil estar em abandono.
Deixar-se ir, passo a passo,
no traçado malfeito
de concreto e asfalto.
Me sinto onde não quero estar.

terça-feira, 20 de junho de 2017


Amotinado, 
meu coração divisa urgências. 
Experimenta as dores do mundo.
Não se põe em paz.

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Vou por distâncias
quase impossíveis,
mas sigo,
procurando o caminho
que me leve ao lugar
em que eu esteja lá,
por inteiro.

terça-feira, 6 de junho de 2017

Assim vou construindo e desmontando histórias. 
A minha.
Não comporta em mim o que fui ou não.
Nunca foi vida contínua, não é, não sou.
Sempre atravessada, vou pelo caminho mais torto, 
o sem fim, o que surpreende e me encanta.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Gosto da algazarra sem fim
da passarada de manhãzinha.
Se apropriam da cidade
que ainda está quieta.
Num alvoroço cheio de graça,
celebram a vida, o mundo é só deles.
Estamos vivos... estamos vivos...
estamos vivos...
Estou viva...

É urgente amanhecer