terça-feira, 26 de dezembro de 2017

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017


Luzes intermitentes,
baldes de água lavam
um piso na madrugada,
urubus adormecem
em parapeitos altos.

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Sem cuidado,
um brinco por esquecimento,
mãos nuas,
descalça, 
revisito caminhos
e quereres.

domingo, 3 de dezembro de 2017

No raso, me derrubo,
escorre uma ansiedade
que não me cabe,
não, os olhos não comportam
a alegria de dentes,
represam.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Não se constroem
pontes em abismos.
Verdades e mentiras.
Tristes 
como pérolas em fios,
vida que não se guarda.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Meu coração foi arrancado
e colocado de volta.
Perdi o chão.

No ar, meus passos
ficaram longe do chegar,
menos urgentes,
experimentaram afetos.
Receptiva, piso leve,
a vida me devolve
e eu gosto disso.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Nas noites de escuridão,
a lua é só a lua,
mesmo quando ela está ali
sorrindo cheia de graça.
Mentira,
não consigo deixar de retribuir,
um pouquinho.

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Durante o dia, meus receios
saem a passear,
se perdem nas quebradas,
por pouco me abandonam,
mas não,
a noite sempre
os acolhe.

domingo, 20 de agosto de 2017

Chove,
palavras escritas na água
se diluem.
Pra onde vai esse sentir?
Depois, suspenso no ar,
desaparece?

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

A lua me inunda,
estou nua, 
sem brincos,
anéis, palavras,
meu corpo quer
o seu querer.

Sou quase forte,
são meus pés que não sabem
por onde andar, errantes,
têm a ânsia insana do partir,
largar caminho na correnteza,
se perderem de mim.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Avoando,
lembranças brincam
de me fazer feliz,
Pobre de mim,
distraidamente
esqueço
por onde ir.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

quarta-feira, 19 de julho de 2017

sábado, 15 de julho de 2017

Às vezes,
preciso sussurrar
ao oceano,
sou mar em fúria,
levo,
trago,
devolvo,
depois, água revolta
líquida na areia.

sábado, 8 de julho de 2017

quinta-feira, 6 de julho de 2017

queria
ter asas
chegar na lonjura
ser parte de um bando
aninhar
dormir no silêncio
viver um instante
voltar
deixar o vazio
morrer voando



terça-feira, 27 de junho de 2017

A avenida larga me comove,
a cidade se esgota em si.
É tão fácil estar em abandono.
Deixar-se ir, passo a passo,
no traçado malfeito
de concreto e asfalto.
Me sinto onde não quero estar.

terça-feira, 20 de junho de 2017


Amotinado, 
meu coração divisa urgências. 
Experimenta as dores do mundo.
Não se põe em paz.

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Vou por distâncias
quase impossíveis,
mas sigo,
procurando o caminho
que me leve ao lugar
em que eu esteja lá,
por inteiro.

terça-feira, 6 de junho de 2017

Assim vou construindo e desmontando histórias. 
A minha.
Não comporta em mim o que fui ou não.
Nunca foi vida contínua, não é, não sou.
Sempre atravessada, vou pelo caminho mais torto, 
o sem fim, o que surpreende e me encanta.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Gosto da algazarra sem fim
da passarada de manhãzinha.
Se apropriam da cidade
que ainda está quieta.
Num alvoroço cheio de graça,
celebram a vida, o mundo é só deles.
Estamos vivos... estamos vivos...
estamos vivos...
Estou viva...

sexta-feira, 12 de maio de 2017

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Cicatrizes atravessam janelas,
o telhado, o abrigo confortável.
Sangram, não fecham.
Tenho em meus braços
a menina que eu era.
Ela não adormece, 
tem medo do vazio, 
do nada.
Guardo pra mim
que esse medo não passa.



sexta-feira, 17 de março de 2017

Tempos estranhos,
de poucas palavras.
Inquietamente, me calo,
reservo o contrário.
Ouço as canções,
por enquanto.



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Carnaval me lembra dias ensolarados, adolescência, bailes de matinê no clube.
"Quem é você? Adivinha se gosta de mim..."
A tarde sempre acabava desabando em chuva.
Voltava pra casa feliz, encharcada... inundada de verão.

É urgente amanhecer