quinta-feira, 26 de julho de 2018
Gosto especialmente de uma frase de um alpinista britânico que tentou algumas vezes chegar no topo do Everest. Um jornalista perguntou em uma conferência por que ele queria escalar a montanha. A resposta foi brevíssima: porque ela está lá! Demais, né? Ninguém sabe se conseguiu, ele morreu em uma avalanche em 1922, se alcançou ou não o topo do Everest ainda é um mistério. Pra mim, se ele chegou ou não, tanto faz, ele já estava lá no topo em cada escalada, antes mesmo da subida. Acredito mesmo que o sonho já se realiza, de alguma forma, em cada tentativa. Nunca escalei uma montanha, o máximo que fiz foi rapel, tenho verdadeira fascinação por livros e filmes de escalada, gelo, neve, aquela brancura sem fim... Mas tenho minhas montanhas imaginárias pra escalar, vou sem apetrechos, de mãos vazias. Afinal, a vida é esse sobe e desce maluco sem fim que não permite muitos equipamentos pra facilitar. Estou saindo do segundo acampamento, a caminho do terceiro de mais uma nova montanha. Não sei quanto tempo vou demorar, nunca dá pra programar, a vida não é tão óbvia assim. Mas quero sim alcançar o topo da minha montanha, sei que lá a vista é linda, o ar raro e os novos horizontes sempre possíveis. Espero ficar um tempo razoável por lá, sei também que a descida é inevitável. Mas ela é sempre, porque descida, mais rápida e logo vem a nova chance de escalada. E o sonho, pra mim, já se realiza na tentativa e, sobretudo, "porque ela está lá". Quer melhor motivo?
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