sábado, 13 de dezembro de 2014

Anoiteço,
uma noite sem lua e de bruma.
Não, não adormeço
nessa minha escuridão,
apenas silencio e escuto.


 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014


Do que me faz falta, algumas são recorrentes. 
Da minha mãe que de um dia para o outro dos meus quatorze anos, e sem que eu soubesse isso possível, se foi pra sempre. Do Elcio, ainda escuto sua risada como se estivesse ao meu lado, dividi com ele bons anos, emoções, sentimentos e a felicidade de ter um filho e um enteado. Outro que anda comigo é o Quincas. Mas um cachorro? 
Sim, e cheio de personalidade, manias e humor variável, por dezessete anos, ele viu o melhor e o pior de mim, me deu um bocado de afeto e até mesmo uma mordida. 
De alguma forma, essas faltas me preenchem
e me fazem sim mais feliz.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Cimento, vidro,
um outro tanto de gosto duvidoso.
A cidade recorta o azul.
O que desconcerta é o que se pretende, 
o estilo raso de encher olhos de barriga cheia.
Não desgosto do feio, insano, sujo.
O incomum instiga, imagine o quanto.


domingo, 9 de novembro de 2014

domingo, 14 de setembro de 2014

Há menos horas, mais silêncios,
os passos caminham sob ossos frágeis.
Com o vento vem a noite 
que traz cheiros de saudades.
Na vigília, maus sonhos desassossegam.





quarta-feira, 30 de julho de 2014

em meio a agruras,
a vida vai seguindo assim,
um pouco sim, um quase menos
e lá vamos nós



sábado, 10 de maio de 2014

O ar em letras leves me revela,
em um pulso, a palavra felicidade sinaliza algo,
à frente dos meus pés, está escrito atalho.
No muro,  uma promessa impossível, salvação. 
Em um lugar comum, devastação.

 

quinta-feira, 10 de abril de 2014

No meio-dia de mim,
inexistem sombras.
O sol, sobre tudo e todos,
generoso sim intensifica a vida.
Na terra, sob meus pés,
onde cavalos galopam livres,
verdade é uma palavra vivida, 
assim como justiça, 
igualdade e outras tantas.



terça-feira, 25 de fevereiro de 2014


Em asinhas ligeiras,
vai depressa.
Voa, voa,
alminha leve.
Vai feliz, passarinho
que já não é.


sábado, 15 de fevereiro de 2014

No silêncio das noites da minha infância,
imaginava algumas esquisitices.
O mundo sem ninguém,
o universo vazio, o nada absoluto, 
ou que minha mãe morreria de repente.
Então, chorava bem baixinho para não acordar
os monstros que dormiam no armário e 
debaixo da minha cama.

Não me dava conta que os monstros
moravam dentro de mim. 


sábado, 1 de fevereiro de 2014

O olhar sequestra instantes ao acaso,
um boto, quando rio,
a relva, quando manhã.
Mas o que é música escapa
como pássaro, quando livre.



sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Persigo o balão que flutua dentro de mim,
segue leve no ar raro e límpido da minha asfixia,
ele sangra vermelho como meus joelhos da infância. 

Restauro fragmentos de uma casa em uma certa rua
e também um caminho. Pedra, tijolo, asfalto.
Nada foi como deveria ser.


Corre e vai ver a chuva!
 E sobre as árvores nuvens













É urgente amanhecer